Brainspotting no Porto: Um caminho gentil para curar feridas emocionais
- Beatriz Lourenço
- 6 de jun.
- 3 min de leitura
"Onde olhas, afeta como te sentes."
Vivemos tempos intensos. A correria do dia a dia, o excesso de estímulos e as exigências constantes criam, pouco a pouco, uma carga emocional que vamos acumulando — muitas vezes sem sequer perceber. Podemos até tentar racionalizar o que sentimos, falar sobre isso, procurar entender… mas há experiências que simplesmente ficam presas, como se estivessem escondidas em algum canto do corpo ou da mente.
Esses são os bloqueios emocionais — reações, sensações ou padrões de comportamento que se repetem sem explicação aparente, mesmo quando a nossa vontade consciente já quis “superar” aquilo há muito tempo. E é precisamente aqui que o Brainspotting entra como uma técnica profunda, delicada e transformadora.
O que são bloqueios emocionais, afinal?
Um bloqueio emocional pode surgir após um trauma evidente — como um acidente, uma perda ou uma situação de abuso — mas também pode ter raízes em experiências mais subtis, como críticas constantes na infância, insegurança nos relacionamentos ou até pequenas situações que, para a criança que fomos, pareceram gigantescas.
O cérebro, especialmente em momentos de stress intenso, ativa mecanismos de sobrevivência que “congelam” certas emoções, impedindo que elas sejam totalmente processadas. Com o tempo, isso pode se manifestar como:
Ansiedade sem motivo claro;
Medos irracionais;
Dores físicas recorrentes;
Comportamentos autossabotadores;
Sensação de estar “desligado” ou anestesiado emocionalmente.
Ansiedade, Autossabotagem
O que é o Brainspotting? Porto
Desenvolvido em 2003 pelo psicólogo americano David Grand, o Brainspotting parte de uma descoberta fascinante: a posição do olhar pode ser usada como uma porta de entrada para memórias e emoções armazenadas no cérebro e no corpo.
Durante uma sessão com uma jovem atleta bloqueada após uma lesão, Grand percebeu que, ao fixar o olhar num ponto específico, algo se desbloqueava internamente — e isso deu origem a uma técnica terapêutica inovadora, hoje usada em todo o mundo como uma abordagem eficaz em terapia para traumas, ansiedade e bloqueios emocionais.
Diferente de terapias centradas apenas no pensamento racional, o Brainspotting atua de forma integrada, acessando o sistema nervoso e facilitando um processo de cura neurológica e emocional.
Como funciona uma sessão de Brainspotting?
Tudo começa com uma “janela de entrada” — pode ser uma emoção difícil, uma memória, um desconforto físico ou até algo indefinido, como “sinto-me mal, mas não sei bem porquê”. A partir daí, com a ajuda de um ponteiro visual e da observação de sinais subtis no corpo (como microexpressões ou respiração), encontramos o ponto no campo visual que ativa mais intensamente esse conteúdo.
Enquanto o olhar permanece focado nesse ponto, o cérebro inicia um processo natural de reorganização, como se soubesse exatamente onde ir para curar o que precisa ser curado. Durante o processo, usamos também música biolateral — sons alternados entre os ouvidos que estimulam as ligações cerebrais envolvidas no processamento emocional.
É uma experiência profunda e única. Às vezes surgem memórias esquecidas, sensações físicas, lágrimas ou insights inesperados. Outras vezes, o que aparece é o silêncio — e ele também é curativo.
Curar a criança interior: um reencontro poderoso
Um dos aspetos mais interessantes do Brainspotting é a possibilidade de acessar a nossa criança interior — aquela parte de nós que, em algum momento, não foi vista, protegida ou ouvida.
Quantas vezes reagimos de forma exagerada a situações pequenas? Quantas vezes sentimos vergonha, medo ou raiva sem entender bem porquê?
Muitas dessas respostas automáticas vêm de feridas emocionais antigas, que continuam a influenciar o presente. Acolher essa criança dentro de nós com compaixão pode ser o início de uma transformação profunda e libertadora.
Para quem é indicado o Brainspotting?
O Brainspotting pode ajudar a tratar:
Ansiedade, ataques de pânico e stress;
Depressão e dificuldades emocionais;
Traumas (relacionados a abuso, perdas, acidentes, etc.);
Dores físicas com origem emocional;
Baixa autoestima, bloqueios profissionais ou relacionais;
Na clínica Dias Úteis, no Porto, combino o Brainspotting com outras abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia Focada nos Esquemas, garantindo um acompanhamento personalizado e sempre baseado em evidências científicas.
Por que escolher o Brainspotting comigo?
Acredito numa terapia humana, respeitosa e centrada no cliente. O Brainspotting não é só uma técnica — é um convite para ouvires o que o teu corpo e a tua história têm para dizer, com segurança e sem julgamentos.
Se sentes que há algo por dentro que precisa ser libertado, talvez esta seja a tua oportunidade.
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